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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Múltipla escolha múltipla



Bom dia a todos os meus caros leitores. Fazendo jus ao nome do meu blog, voltei com mais uma situação, no mínimo, caricata...e perigosa.

Hoje venho finalmente escrever sobre uma situação que ocorreu há alguns meses durante um exame de uma Unidade Curricular.
Ok, todos sabemos que as metodologias utilizadas são sempre ambíguas, uns preferem um métodos, outros dizem que não prova conhecimentos, etc... Não entrarei por aí. Consigo compreender que corrigir 300 provas, cada uma com 10 perguntas de desenvolvimento, perfaz algo como 3000 perguntas para se corrigir, e se imaginarmos que cada aluno responde em média com 100 palavras em cada resposta, já estamos a falar de 3.000.000 de palavras que um docente só tem de corrigir... Como tal, é mais fácil, mais prático e menos conclusivo fazer provas de escolha múltipla!

Lá está, aceita-se e compreende-se a lógica da escolha múltipla e porque escolhem os docentes a escolha múltipla... O que me, vá, "incomoda" é quando essas escolhas múltiplas são feitas em cima do joelho... E o resultado mais caricato foi, numa prova termos uma determinada pergunta e cujas respostas eram:

a) "A situação tal tal tal é assim"
b) "A situação não ocorria assim e assim"
c) Ambas as respostas estão erradas
d) Só a resposta a) é a correcta

Questão extremamente pertinente (e que colocamos aos docentes) relativamente às respostas... Qual é a diferença entre as resposta a) e a d)? Responder à d) não é o mesmo que responder à a)? Se estamos a escolher a d) que diz que a a) é a correcta...então porque raio não escolheríamos nos a resposta a) logo à partida?

Curiosamente, a resposta que nos deram (e isto sim, "incomodou" solenemente...) não foi aceitar que havia aqui um erro, foi explicar (ou tentar) que ao responder na alínea a), não excluíamos totalmente a alínea b), mas ao respondermos à alínea d), estamos a afirmar que a a a) é correcta e como tal a b) é, obrigatoriamente, errada...

Confusos? Imaginem isto no meio de uma prova enorme, com limite de tempo...

Sei que esta situação não é única, não ocorre só onde estudo, mas isto só vem reflectir o pouco cuidado e pouca atenção que se tem vindo a verificar nos últimos tempos. Sofremos neste momento por todos os lados, quer pelas perspectivas futuras, quer pela tamanha desmotivação e desinteresse por parte dos docentes que não sabem como realizar estas provas.

Fazendo ainda aqui uma curta referência de uma pessoa que eu admiro e me disse, "isto não é revoltar, é pensar". Importa mesmo nestas alturas cada um fazer a sua parte o melhor que pode e consegue, e cada um dar o seu contributo, por mais pequeno que seja. Fruto disso, invoco aqui (a pedido da mesma pessoa que me disse aquela frase) situações de Ensinos Clínicos. São exaustivos, revoltantes por momentos, desmotivantes na sua medida... Mas, às vezes, extremamente gratificantes e fortificantes, e é a isso que me agarro.

Saudações motivantes para todos (se bem que o estimulo "férias, verão e praia" já são suficientes =D)

2 utilizadores já criticaram este post.:

Anónimo disse...

Ainda bem que nos estágios te agarras à parte gratificante e fortificante, pois deu um excelente resultado! lol :)
obg pelo elogio (à pessoa que disse a frase), mas só espero que nao tenhas expectativas demasiado altas...
o teu contributo foi pequeno (como o estágio) mas muito importante!! até sempre!!

Sofia disse...

às vezes, para não dizer bastantes vezes é difícil que o revoltar não seja sinónimo de pensar.
O que apetece é gritar bem alto e dizer qualquer coisa menos agradável, mas enfim...
há que ter paciência e pensar que amanhã já não estaremos por cá e quiçá poderemos dar o exemplo seja na prática ou no ensino.

Bom blog ;)

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